domingo, 23 de novembro de 2014

Ficha tecnica completa de uma empresa

Apesar das fichas técnicas não possuírem uma estrutura rígida e se adequarem aos interesses e as necessidades das empresas, mesmo assim, algumas informações são mais comuns e indicadas. Mas, apesar disso, você sabe como fazer uma ficha técnica completa?

Para exemplificar como fazer uma ficha técnica completa, segue abaixo um roteiro com os itens mais importantes e recomendados. Estes itens mostram alguns dados que podem ser seguidos para a construção de uma ficha técnica.

Cabeçalho: nome da empresa, coleção, código de referência, nome da peça, grade de tamanho (ex: P/M/G, 38/40/42, etc.), tamanho da peça-piloto e lacre. Quando a peça piloto é provada, recebe um lacre e esse número vai para a ficha.

Desenho técnico: apresenta a frente e as costas, mas dependendo do modelo é possível fazer a vista lateral e ampliar alguns detalhes, como bolsos, por exemplo. No desenho técnico é possível apresentar algumas medidas, no entanto, algumas fichas possuem uma tabela de medidas.

Descrição da peça: é a exposição do modelo com detalhes para formas de decote, cava, comprimento e acabamentos, fazendo uso dos termos mais técnicos. Essa descrição deve ser sucinta e precisa.

Materiais principais: são aqueles que usamos em maior quantidade, a matéria-prima principal da peça. Ao cadastrar a matéria-prima, deve-se colocar o nome do material, o código do fabricante, a composição, a largura, peso, especificações de lavagens, etc. Esses dados são importantes para facilitar os pedidos de compra e a confecção das etiquetas de composição posteriormente.
Materiais secundários: são os materiais utilizados para dar sustentação, acabamento e finalização nos modelos. Como forros, entretelas, viés, galão, linhas, botão, zíper, velcro, barbatana, rebites, ilhoses, etc. Assim como nos materiais principais, o cadastro detalhado dessas matérias primas é muito importante.

Etiquetas: são as necessárias para o modelo, além das regulamentadas como a de composição e lavagem. Como etiquetas de marca, etiquetas externas, tag, etc. Também é importante cadastrar os dados do fornecedor.

Embalagem: é a descrição dos materiais necessários para embalar e transportar o modelo. Por exemplo: na camisaria tradicional usa-se prendedores plásticos de manga, suporte de papelão para colarinho, papelão de dobra (determina o tamanho da dobra da peça), acetato interno de gola, papel de seda, saco plástico e caixa. Neste campo é importante cadastrar os dados dos fornecedores.

Serviços Terceirizados: refere-se aos beneficiamentos do modelo que não são feitos internamente. Por exemplo: estamparia, bordado, tinturaria, passadoria, etc.

Sequência operacional e de montagem: esta descrição da ficha técnica se refere a como serão montadas e em que máquinas serão costuradas as partes da modelagem. Há um padrão lógico de sequência operacional para cada modelo, mas pode sofrer pequenas alterações dependendo da facção, pois envolve maquinários e processos. Portanto, lista-se as etapas de operações e montagem com a piloteira, mas a sequência deve ser confirmada pelo setor de PCP (Planejamento de Controle de Produção).

Modelo de ficha técnica/ Reprodução

Minutagem ou cronometragem: é o tempo que cada operação leva até que o modelo seja confeccionado. Este dado é importante para se calcular o custo final da peça. O setor de PCP também deve confirmar a cronometragem das operações. Alguns modelos sofrem alterações depois da cronometragem, pois no retorno do PCP a peça pode apresentar inviabilidade de produção.

Partes da Modelagem: é uma representação gráfica de todos os componentes que fazem parte da modelagem e que são necessários para a confecção do modelo. Nas empresas com o software Audaces Vestuário Encaixe, as partes são impressas em escala reduzida como representação do encaixe de uma peça. Esta folha é anexada à ficha técnica.

Variantes de cor: são as possíveis variações e combinações de cores para o modelo. Além da variação de cor da matéria prima principal, coloca-se aqui também as variações para estampas, bordados, etc. Deve-se seguir um código de cor de acordo com o fornecedor ou serviço terceirizado, para têxteis e estampas, é comum usar os códigos da escala Pantone.

Pronto, agora você já sabe como fazer uma ficha técnica completa.

Ficha Tecnica

A ficha técnica completa de vestuário é um documento que deve conter as especificações necessárias para a manufatura do produto, ou seja, todas as informações que são importantes para que o modelo entre em produção.

É importante lembrar que cada empresa deve elaborar uma ficha técnica que se adeque melhor em relação aos:

- Produtos;
- Interesses da empresa;
- Necessidades dos setores produtivos internos e externos;
- Organização da produção.

A ficha técnica completa de vestuário é modificada ao longo do processo de desenvolvimento de produtos e vai recebendo as informações de cada etapa. No final do processo ela estará completa e pode ser arquivada, registrando o histórico dos modelos produzidos pela empresa.




As autoras Leite Velloso (2004), explicam que a “ficha técnica deve conter toda a memória descritiva do produto” e isso é importante para que as empresas mantenham os registros de sua produção e possam consultá-los com agilidade no caso de um novo pedido.

Pode-se dizer que inicialmente a ficha técnica completa de vestuário é um documento de amostra ou de solicitação de amostra. Esse nome pode variar dependendo da empresa, mas se refere às fichas que ainda não possuem todas as informações do produto, como por exemplo: o consumo, tipo de tecido, aviamentos necessários, pois o modelo está em fase de construção, elaboração da modelagem, ou seja, ainda não foi aprovada.

Após as etapas de modelagem e prototipagem, é possível obter informações mais precisas sobre o modelo, a ficha técnica recebe esses dados e vai ficando cada vez mais completa.
Com a aprovação da peça-piloto, definição de materiais e de fornecedores, é possível preencher a ficha técnica com detalhamento e precisão. Esta é a ficha técnica final que deve acompanhar a produção, contendo todas as informações.


Croquis


A expressão artística através do desenho de croquis  

Os croquis representam a identidade artística de um estilista, a divulgação do conceito da marca e do tema da coleção. A inspiração é passada para o papel esboçada através de riscos rápidos para que a ideia não se perca e alguns apresentam anotações dos detalhes e da modelagem da roupa. Os desenhos são tão interessantes que há livros como 100 Years of Fashion Illustration que contém esboços e croquis de estilistas, que servem de inspiração para quem gosta de moda e de desenhar. É a partir dos desenhos que as ideias são analisadas para então iniciar a construção de uma peça piloto.





Os croquis são ótimas formas de expressar a criatividade e ilustrar as ideias, porém deve-se tomar cuidado quando for apresentar para o modelista, principalmente de a anatomia do corpo estiver alongada. Deve-se estar atento a esses detalhes, pois na hora de passar o desenho para a peça piloto pode haver problemas com a modelagem e com a quantidade de tecido a ser usado já que as proporções da anatomia do modelo está exagerada com pernas muito alongadas, cintura fina e tronco curto. A criação de vestuário precisa contar com um bom diálogo entre o estilista e o modelista, sendo importante o desenho à mão mas também a realização de uma ficha técnica que contenha a peça vetorizada e com medidas proporcionais para que não haja erros na produção.



O desenho é uma das características que diferencia o estilista e deve ser valorizado com formas, cores e texturas que inspirem as pessoas e as façam desejar aquela roupa da coleção. Mais do que criar vestimenta, criam o sonho e a realização do consumidor de fazer parte da marca.
Eu não desenho roupas, eu desenho sonhos! –